E já lá vão 3 anos da iniciativa “PARTILHE A VIA”.
Já pouco resta a explicar sobre a iniciativa, creio que a imagem vale por tudo, pelo menos foi esse o esforço no processo de criação e que culminou com a mesma.
A iniciativa não está morta, mas a recolha de fundos para investir na mesma mostrou-se difícil e os esforços tiveram de ser redireccionados noutros sentidos.
Enviei propostas a instituições, cedi os direitos de imagem e convidei organizações com responsabilidade no meio para ajudar a promover.
Nestas propostas, sempre fui explícito na abnegação de benefícios próprios.
Mostraram-se cada um por si.
Deixo talvez a única coisa que fica por explicar, que conceitos desenharam a campanha.
Prioridade ao civismo!
B3 Via com prioridade (identificação de sinal de transito). – Esta era a base do projecto, não atribuir uma prioridade a este, ou aquele, em detrimento dos direitos de um ou de outro, abrir a prioridade ao entendimento, à partilha.
Nada de proibido, cedências, obrigatoriedades. Um simples apelo à consciência cívica através de um sinal conhecido e enraizado através do código da estrada.
Sharrow’s – Um conhecido gráfico horizontal instituído em algumas vias de cidades nos EUA e no Canadá. Segundo estudos independentes a que tive acesso na altura do desenvolvimento do logótipo “Partilhe a Via”, os mesmos foram responsáveis por reduzir a velocidade dos automobilistas e consequentemente reduziram os acidentes envolvendo automobilistas e ciclistas.
Em reuniões cheguei a apresentar esta ideia a municípios, em detrimento do investimento em ciclo vias, este tipo de intervenção sairia mais barata e poderia ser alargada a qualquer via na cidade.
Adicionada uma pequena mensagem: “PARTILHE A VIA”.
Tal como hoje se vê, mesmo depois da alteração do código da estrada, a intereção ciclista/automobilista não é de todo pacifica. Existe atrito de ambas as partes, radicalismos mesmo. A mensagem foi pensada em ambos os sentidos, atingir automobilistas e ciclistas, sensibilizar e consciencializar ambos.
Com a introdução deste novo código da estrada, os ciclistas perderam perderam direitos. É esta a minha analise, alguns peses passados.
Deixaram de poder circular em cima de passeios, passaram a ser “perseguidos” pelas autoridades e foram equiparados a automobilistas. Como? Como é que um ser humano em cima de uma bicicleta pode ser comparado a outro, dentro de um objecto de mais de 1 tonelada com uma potência capaz de projectar o todo o conjunto e provocando danos relevantes, ou mesmo mortais.
Acho que pouco mais há a dizer.
Pedalem, ou acelerem, conduzam com cuidado, respeito e consciência dos danos que podem provocar no próximo.